Uso de sucata de aço e hidrogênio verde podem reduzir drasticamente a emissão de CO2
A indústria do aço responde por cerca de 26% das emissões industriais e de 7 a 9% das emissões totais de dióxido de carbono no mundo. O Brasil, apesar de possuir uma matriz energética mais renovável que a de outros países, precisa de mudanças estruturais e políticas de incentivo para garantir a descarbonização do setor siderúrgico. É o que aponta levantamento inédito do projeto “Descarbonização e Política Industrial: Desafios para o Brasil” (DIP-BR), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado na quinta (15).
O autor do relatório, Germano Mendes de Paula, professor da Universidade Federal de Uberlândia, explica que as emissões de carbono dependem da rota tecnológica utilizada. Usinas integradas de alto-forno a coque, baseadas em carvão mineral, são responsáveis por 70% da produção de aço, gerando 2,32 toneladas de CO2 por tonelada de aço bruto.
Em contrapartida, tecnologias como a redução direta com fornos elétricos a arco (DRI-EAF), movidos a hidrogênio verde, podem reduzir essa emissão em até 90%, chegando a 0,2 toneladas de CO2 por tonelada de aço bruto. No Brasil, o uso de carvão vegetal reflorestado e sucata de aço na cadeia produtiva já confere emissões menores (0,7 e 0,4 toneladas de CO2 por tonelada de aço bruto produzida, respectivamente).
Mendes de Paula ressalta, porém, que o alto-forno é uma tecnologia difícil de substituir em termos de custo, escala e qualidade de produção, o que torna a modernização lenta. O autor aponta outros desafios, como insumos alternativos caros, como o hidrogênio verde, e uma forte escassez de sucata para a reciclagem, especialmente em países emergentes, como o Brasil.
“O perfil de consumo de aço do Brasil faz com que tenhamos pouca oferta de sucata. Carros que em outros países viram ‘lata-velha’ e viram insumos ainda estão rodando no Brasil, por exemplo”, contextualiza Mendes de Paula. “O Brasil também exporta muito aço, gerando sucata no estrangeiro”, completa.
O relatório também analisa iniciativas da União Europeia, Estados Unidos, Canadá, México, Japão, China e Índia, que figuram entre os maiores produtores de aço, para a descarbonização na cadeia produtiva do aço. Na comparação, o Brasil demonstra vantagem por contar com uma matriz energética mais renovável, mas peca na questão de incentivos financeiros e políticas públicas.
Por exemplo, Mendes de Paula menciona o subsídio de 700 milhões de dólares que a JFE, a segunda maior indústria japonesa, recebeu para trocar o alto-forno pela a rota baseada em forno elétrico, à base de sucata.
No Brasil, apesar de iniciativas como o Programa BNDES Hidrogênio Verde e a recente Lei nº 14.948/2024, que estabelece o marco legal para a economia de baixo carbono, ainda faltam políticas mais robustas e subsídios diretos à descarbonização da siderurgia. O mercado siderúrgico brasileiro também cresce lentamente, o que limita a viabilidade de novos projetos sustentáveis, e o mercado regulado de carbono encontra-se relativamente atrasado.
No âmbito das estratégias tecnológicas, os esforços mais relevantes têm se concentrado na redução das emissões de gases de efeito estufa na matriz energética por meio de investimentos em energias eólica e solar. “Dadas as limitações, a indústria brasileira tem feito o dever de casa e acredito que o governo entenda a necessidade de investir em iniciativas de descarbonização. A dificuldade é tornar isso uma prioridade pública”, finaliza Mendes de Paula.
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