Revisitar a história de nossa gente e de nossa cidade nos permite ir além, compreender o passado, para que seja possível entender o presente e projetar o futuro de nossa comunidade.

E o passado de Batatais é marcado pelo forte trabalho em prol da sociedade de milhares de pessoas, muitas das quais hoje são lembradas pelos jovens apenas por darem nome a uma rua, avenida ou repartição pública. Ou por ficarem na memória de familiares, responsáveis por manter acesa a chama do legado do ente querido.

Uma dessas pessoas é José Malachias Marques (1900-1987), que dedicou a maior parte de sua vida à Sociedade São Vicente de Paulo.

Hoje homenageado nominando uma rua no Jardim Miguel Valenciano, ele morreu há 37 anos, em 1987, e teve sua passagem para o plano superior marcada por lembranças de “O Vicentino”, jornal que era editado pela centenária Sociedade de São Vicente de Paulo, fundada em julho de 1900 em Batatais.

Em sua 11ª edição, em maio de 1987, o periódico publicou uma homenagem a um de seus mais importantes confrades, que morreu no mês anterior.

O informativo lembrou em seu texto que pouco tempo atrás ele tinha sido destacado na coluna intitulada Um Vicentino em Foco, e que voltava a ser noticiado em razão de seus trabalhos para a entidade.

“Uma perda lamentável para a SSVP [Sociedade São Vicente de Paulo]! Membro da Conferência de Santa Cruz, onde além de ser um dos fundadores, foi presidente, e atualmente o tesoureiro, foi também presidente da Conferência de São José.” Assim iniciou o texto que destacava o vicentino.

Como forma de homenagem não só a essa figura ilustra na comunidade batataense, mas também ao periódico que circulou no passado em Batatais, reproduzimos abaixo trechos da publicação.

“José Malachias era um dos mais antigos vicentinos de Batatais; todos conheciam a sua fé inquebrantável, sua dedicação, pontualidade, responsabilidade e sobretudo a incomparável religiosidade. Fervoroso devoto de São Vicente, sua vida em nossa Sociedade iniciou-se em 1941, foram 46 anos dedicados à causa vicentina.

Na missa de corpo presente realizada na Capela de São Vicente concelebrada por padre Eloy, padre Roque e padre Lauro, na homilia ouvimos do padre Roque as seguintes palavras: ‘Se este nosso irmão não foi para o Céu, quem irá?’ Estas palavras deixaram bem claro quem foi este confrade, e serviu para consolar a sua tão unida e respeitosa família.”

A homenagem termina com um pedido para que a vida do confrade sirva de exemplo para seus familiares e também para a família vicentina e com um texto produzido por ele poucos dias antes de seu falecimento.

“O Vicentino é como a…
violeta humilde entre as folhas,
irradiando o perfume d’amor
caridoso como pétalas a desfolhar,
espalhando amor a todos,
não olha distinção nem cor,
todos perante Deus são iguais,
incentivando a caridade,
nossos pobres serão consolados,
o Deus poderoso presente está”