O pecuarista Adir do Carmo Leonel, 85, morreu na manhã desta sexta-feira (4) em sua casa, em Ribeirão Preto, depois de um ano de tratamento contra um câncer.
Um dos maiores pecuaristas do país e benemérito da Apae de Batatais e de outras instituições beneficentes, Adir morreu cercado do carinho de seus familiares.
Ele participou por muitos anos dos leilões da Apae, sempre de forma voluntária, para ajudar a instituição batataense a angariar recursos para os seus serviços.
Conhecido em todo o país por seu trabalho de seleção genética voltada para a pecuária de corte e leite, Adir é filho e neto de pecuaristas e aprendeu desde cedo a reconhecer, no olhar, as características de um animal produtivo.
Foi um dos primeiros membros do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu), onde também atuou como diretor por diversas gestões.
Em seus 25 anos de atuação como jurado nas pistas de todo Brasil, defendeu a pureza racial e a produtividade como características fundamentais na formação e na transformação de plantéis.
Foi o olhar apurado para reconhecer animais excepcionais, que o fez conceder os primeiros campeonatos para raçadores como Chummak, Gangayah do Brumado, Inca, Vassuveda, e Ludy de Garça, dentre outros.
Esses animais nortearam os rumos da seleção genética da raça nelore do Brasil, que hoje colhe os frutos deste trabalho, já que o país alcançou o status de um dos maiores players globais em produção de proteína animal, abastecendo mais de 150 países em todo o globo terrestre.
Adir, mesmo enfrentando a doença, seguiu até os últimos meses compartilhando conhecimentos, multiplicando seus ensinamentos, ministrando aulas, cursos e participando de debates técnicos para o aprimoramento das raças zebuínas.
Sua trajetória e modo singular de enxergar a pecuária de seleção e a pecuária produtiva estão nas páginas de um livro autoral de Adir, lançado no último dia 13 de setembro, durante o tradicional Leilão Reserva Genética Adir, na Estância 2L, em Ribeirão Preto.
Há 30 anos, Adir criou e manteve a Fundação Rarev, uma comunidade terapêutica que atua na recuperação da dependência química.
A morte de Adir gerou nota de pesar da Apae de Batatais. "É com imensa tristeza que informamos o falecimento de Adir do Carmo Leonel. Ao longo de quase 55 anos dedicados a leilões beneficentes, Adir fez a diferença, contribuindo com Apaes e diversas instituições da nossa região. Perdemos um líder, um amigo único, cuja dedicação e generosidade deixam um legado que jamais será esquecido", diz a nota.
Entidades ligadas à pecuária em todo o país também lamentaram a morte do pecuarista, como a ABCZ, sediada em Uberaba (MG).
"Associado à ABCZ desde 1970, apaixonado pela raça nelore, Adir foi um grande defensor da pureza racial aliada à produtividade. Filho e neto de pecuaristas, especializou-se na criação extensiva de gado, fazendo o ciclo completo da pecuária: cria, recria e engorda. Foi um dos pioneiros na utilização das técnicas de inseminação artificial e transferência de embriões", informou a entidade.
Adir deixa a esposa, Carmem, os filhos Paulo, Vera e Sílvia, a nora Carla, as netas Patrícia, Carolina, Renata, Maria Carmem e Maria Clara, e os bisnetos Isabela e Eduardo.
O velório está sendo realizado no Memorial Parque dos Girassóis, em Ribeirão Preto, e o enterro está programado para as 17h.
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