Da cidade um dia proclamada a “dos mais belos jardins”, do município que ostentava o título de dona de um dos principais Carnavais do interior de São Paulo, da localidade que obteve o título de estância turística, pouco ou quase nada se vê.

Mas, mesmo assim, Batatais continua tendo destaque no cenário regional e nacional. Se não é pela beleza e criatividade de suas escolas de samba ou pela singularidade de sua topiaria, tão bem surgida pelas hábeis mãos do artista Jorge Sandrin, hoje a cidade aparece como motivo de chacota em programas televisivos graças à enormidade de seus problemas de zeladoria urbana.

“Seu prefeito, muito obrigado pela piscininha, requerimento ótimo aqui na rua Doutor Paulo Scatena [423]. Para cada rua uma piscina.”

Com esse diálogo, um vídeo produzido por dois jovens de Batatais dominou as redes sociais nos últimos dias. O buraco de rua é tão grande que o jovem se senta dentro dele, improvisando uma piscina.

A postagem chegou a ser tema de reportagem de programas de TV na região. Neles, claro, não foi feito nenhum elogio à situação vivida pelos moradores da cidade com os seus buracos.

A forma engraçada, e justa, do protesto feito pelos jovens batataenses deveria sensibilizar governantes, fazendo com que sentissem vergonha e criassem mecanismos para que problemas do gênero fossem solucionados.

Mas, se estão ou foram sensibilizados com esse e muitos outros problemas que a cidade enfrenta, não é possível saber, já que resultados práticos não são vistos pela população.

Seria bom se o caso reportado pelos jovens fosse fato isolado. Mas não é. Os exemplos mais claros para a população de cuidados com a zeladoria urbana são vistos na coleta de lixo, na iluminação pública, no cuidado com praças e jardins, no abastecimento de água e na pavimentação de uma cidade.

Em algum deles a cidade está fazendo sua parte da forma correta?