Exceto por obras de Portinari, atrativos enfrentam problemas ou foram fechados ao público
Era uma vez uma cidade que ganhou o direito de ostentar o título de estância turística.
O local era muito agradável e tinha uma série de atrativos –razão de ter conquistado o direito de usar o título– que propiciavam bons momentos de lazer para “nativos” e turistas em meados dos anos 90.
Nessa cidade, era possível desfrutar do melhor Carnaval da região, com escolas de samba de até 800 integrantes, podia-se frequentar a Festa do Leite em seus nove ou dez dias de duração, dava para visitar a unidade agrícola da Febem com seu mini-zoo...
Mas também havia como opção visitar o belo palacete da Casa da Cultura com suas exposições ou simplesmente admirar a arquitetura e a história que o imóvel carregava.
Quem não queria nada disso também podia simplesmente pegar seu carro e passear pela cidade, que não tinha violência e permitia a seus jovens voltar para casa nas madrugadas dos finais de semana sem correr riscos.
Já sem os cines Madalena e Castelo, ícones de outrora, a opção era assistir filmes no recém-inaugurado shopping Center Plata.
Pouco mais de duas décadas atrás, a cidade era assim, merecidamente agraciada com o título. Hoje, tudo mudou.
O Carnaval voltou ao sambódromo após um hiato de dois anos, mas sofreu com indesejadas interrupções em sua trajetória –e até hoje o espaço não foi concluído e vive de aluguéis de barracas e tendas.
A Festa do Leite só foi realizada no ano passado por ter sido feita pela iniciativa privada, ainda assim com duração reduzida. E, cá entre nós, chamar o que houve de Festa do Leite beira ao desrespeito com os fundadores e todos os que já contribuíram para a sua realização em anos anteriores.
A Febem não existe mais como instituição e a sua unidade agrícola hoje se destina a outras atividades --como abrigar órgãos de interesse público, diga-se.
Sobre a Casa da Cultura, outro imbróglio com triste fim. A prefeitura conseguiu perder o imóvel, após processo de desapropriação/precatórios se arrastar na Justiça, e hoje o belo palacete definha a olhos vistos no coração da cidade.
A opção de passear de carro pela cidade persiste e cada vez é mais forte –ainda mais numa economia que privilegiou o transporte individual–, mas talvez o melhor veículo seja um 4x4, para suportar os buracos existentes em todo o município.
Tudo isso mostra que a cidade não vive um bom momento para turistas a conhecerem. Aliás, quantos vieram no Carnaval?
Sorte que as obras de Candido Portinari estão intactas no santuário e que o título de estância turística não passa por avaliações periódicas. É possível perdê-lo caso recomendações sobre investimentos em infraestrutura não sejam seguidas, por exemplo, mas só faltava essa.
(*) Marcelo Toledo é jornalista da Folha de S.Paulo.
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