Opinião

Opinião: Descubra as quatro mentiras mais comuns nos currículos

Sócio de consultoria de recrutamento e seleção explica os problemas mais comuns notados num processo seletivo


Jordano Rischter, especial para o B24h* | 27/04/2024 | 08:00


Jordano Rischter é sócio da Wide, consultoria especializada em recrutamento e seleção | Foto: Divulgação

 

Toda mentira tem perna curta. E pior, quando descobertas em um processo seletivo, os danos à imagem e reputação dos profissionais podem ser devastadores.

Em dados recentes divulgados pelo Job Applicant Behavior Survey, foi identificado um aumento preocupante na quantidade de talentos que mentem em seus currículos, demonstrando um comportamento preocupante que apenas trará malefícios para a inserção e crescimento dos candidatos em suas carreiras.

Segundo as informações colhidas pela pesquisa, 70% dos trabalhadores confessaram que já chegaram a adicionar esses dados falsos em seus documentos, junto com 37% que admitem mentir frequentemente ao se aplicarem para uma vaga.

Muitos acreditam fortemente que não serão descobertos, principalmente, em "pequenas mudanças" ajustadas –mas, independente da magnitude, qualquer inverdade passada verbalmente ou por escrito nos currículos nunca será bem-vinda, e certamente irá afetar sua aprovação e continuidade no processo seletivo.

Existem muitas técnicas que podem ajudar as empresas a identificarem essas mentiras e evitar uma contratação prejudicial às produções corporativas. Porém, antes disso, é importante conhecer as mais comuns que estão sendo percebidas, para que consigam incorporar esses métodos durante o recrutamento. Veja as principais:

#1 Línguas: tido como um pré-requisito para muitas vagas –especialmente, em empresas multinacionais e de grande porte– a falta da fluência em uma língua estrangeira, com predominância do inglês, faz com que muitos profissionais mintam sobre esse nível no currículo. No entanto, isso é algo que pode ser facilmente descoberto no momento da entrevista em uma conversação prática.

#2 Responsabilidades anteriores: as funções exercidas em posições anteriores também são algumas das mais mascaradas em um currículo, seja em termos de equipe, estrutura ou responsabilidades desempenhadas. Isso costuma ser visto também nos nomes dos cargos, normalmente com uma descrição "superior" do que era realmente ocupado.

#3 Tempo desempregado: gap entre um emprego e outro costuma ser um item modificado por muitos profissionais em seus currículos, na tentativa de ocultar um espaço considerável de tempo desempregado. Alguns costumam estender o tempo que permaneceram na empresa, ou preencher essa lacuna com outras experiências inexistentes – ambos, também possíveis de serem descobertos rapidamente.

#4 Transição de carreira: o que motivou determinado profissional a encerrar seu contrato em uma empresa também está dentro das mentiras mais comuns vistas em um currículo. Isso porque muitos afirmam ter sido uma decisão própria quando, na verdade, foram desligados da contratante, e decidem ocultar essa verdade por receio do impacto em uma nova oportunidade.

Descobrir essas ou qualquer outra mentira pode parecer um desafio complexo, mas é algo completamente possível de ser identificado ao longo do recrutamento através de algumas técnicas e pontos de atenção a serem tomados.

Nesse sentido, a checagem de referências é a principal forma de atingir este objetivo, entrando em contato com os outros empregadores e antigas lideranças diretas com os quais este candidato trabalhou anteriormente, a fim de coletar diferentes perspecções de gaps de carreira, principais conquistas e pontos a desenvolver.

É importante sempre comparar o que foi informado previamente neste documento com as informações que forem compartilhadas pessoalmente na entrevista. Por fim, existem certas ferramentas de testagem comportamentais que ajudam a ler se o perfil demonstrado na entrevista está, de fato, coerente em termos de atuação no seu dia a dia.

Em todas essas ações, contar com o apoio de uma consultoria de recrutamento pode elevar ainda mais a assertividade na contratação, visto que terão experiência no ramo para conduzir o recrutamento e identificar o perfil mais adequado para a vaga disponível.

Independentemente de sua magnitude, a tolerância para uma mentira não deve ser flexível em nenhuma empresa. Seja ela leve ou grave, a percepção e compromisso ético do profissional que cometer essa ação, certamente, serão fortemente prejudicados, considerando o risco deste comportamento se repetir quando contratado.

Então, ao iniciar qualquer processo seletivo, é extremamente importante adotar essas medidas como cautela perante possíveis mentiras. Assim, as empresas conseguirão evitar perdas de tempo e dinheiro que uma contratação errada pode causar.

 

(*) Jordano Rischter é sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção


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