Com o intuito de apresentar as circunstâncias históricas que levaram Ribeirão Preto à projeção acadêmica, tecnológica e econômica no setor de saúde, a Associação Engenho Cultural lançou, nesta terça-feira (27), o livro "Formação do polo da saúde de Ribeirão Preto: indústrias, instituições e empreendedores".

 

O evento, na Livraria Travessa do RibeirãoShopping, contou com a presença dos idealizadores, produtores e a autora do livro, a historiadora Erika Moretini.

Cidade de destaque no Brasil, Ribeirão Preto passou por uma transformação significativa a partir do final do século 19, quando o desenvolvimento da cultura cafeeira impactou decisivamente a economia, a sociedade e a formação da identidade local.

De acordo com a autora da obra, o município se inspirou no processo de modernização das capitais europeias e tomou para si o desafio de se tornar uma cidade moderna nos trópicos.

“Durante o século 20, ela se consolidou como um polo industrial da saúde, combinando o desenvolvimento de universidades, indústrias e serviços médico-odontológicos às políticas públicas locais. Parte desse processo histórico que fez com que Ribeirão Preto se consolidasse como um polo da saúde e se tornasse um exemplo de modernidade no Brasil é contado neste livro”, disse.

Leila Heck, presidente da associação e coordenadora das pesquisas do livro, afirmou que ele traz referências importantes para os estudiosos e uma leitura estimulante para todos os interessados em conhecer os eventos, fatos e contextos a partir dos quais a área da saúde se desenvolveu e se diversificou no município.

"A publicação é permeada de imagens inéditas ao público e convida a uma reflexão sobre a memória e a história desse segmento tão relevante na economia e na vida de Ribeirão."

O livro surgiu por iniciativa do economista Fabiano Guimarães, que percebeu a ausência de uma publicação que apresentasse a história de formação do segmento da saúde de Ribeirão Preto, em função de sua importância acadêmica, tecnológica e econômica para a cidade.

"Ribeirão se tornou referência para o Brasil e o mundo no setor da saúde, principalmente, alavancado pela grande expressão da indústria de equipamentos odontológicos. Como economista e um apaixonado pelo assunto, procurei a Associação para viabilizar esse projeto. Estou muito feliz com o resultado e tenho certeza de que será relevante para a preservação da memória imaterial do município e maior divulgação internacional da indústria local", conta Fabiano.

Para Caetano Biagi, CEO da Alliage, uma das principais indústrias locais do segmento de saúde, referência mundial em fabricação de equipamentos odontológicos, e apoiadora do projeto, cabe à geração atual do setor continuar esse ciclo virtuoso que projetou a cidade no planeta, assim como o café e a cana já o fizeram.

A Associação Engenho Cultural é uma instituição sem fins lucrativos, iniciativa de agentes culturais da região de Ribeirão Preto, que se uniram em função das atividades que realizavam juntos no Museu da Cana, em Sertãozinho.

Fundada em 5 de agosto de 2019, atua na realização de projetos, campanhas e eventos nas áreas da cultura, educação e meio ambiente, em busca da transformação social emancipadora. O livro marca a estreia da AEC como editora, que já tem projeto de outras publicações que contarão a história de nossa região.