Mulheres mais jovens, com 9 a 11 anos de escolaridade, sem companheiro e com cor da pele preta ou parda relataram menor adesão a alimentação saudável
Mulheres brasileiras que consomem mais alimentos ultraprocessados –como refrigerantes, biscoitos recheados e salgadinhos de pacote– e menos alimentos in natura e minimamente processados –que são mais saudáveis– têm maior chance de apresentarem doenças crônicas e uma percepção negativa da própria saúde. É o que aponta um estudo publicado no último dia 11 na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde por pesquisadores das universidades Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A pesquisa analisou dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, coletados entre 2018 e 2021. Foram entrevistadas 102.057 mulheres, nas capitais dos estados e no Distrito Federal, que responderam sobre seus hábitos alimentares e doenças crônicas. Os pesquisadores, então, avaliaram se a alimentação das respondentes seguia a Regra de Ouro do Guia Alimentar para a População Brasileira. A publicação do Ministério da Saúde define que os alimentos in natura ou minimamente processados – e as preparações culinárias feitas com esses alimentos – devem ser a base de todas as refeições, enquanto produtos ultraprocessados devem ser evitados.
As mulheres com alta adesão à Regra de Ouro do Guia –ou seja, que têm uma alimentação mais saudável– mostraram 28% menor chance de apresentar obesidade, 15% menor chance de apresentar hipertensão, 31% menor chance de apresentar depressão e 45% menor chance de uma autoavaliação negativa de saúde quando comparadas às mulheres com baixa adesão –e que possuem, portanto, uma alimentação com maior participação de ultraprocessados. Já as mulheres com adesão moderada à Regra de Ouro do Guia mostraram 14% menor chance de apresentar obesidade e 28% menor chance de relatar uma percepção negativa da própria saúde em comparação com as mulheres com baixa adesão.
O trabalho também identificou diferenças socioeconômicas e demográficas entre os perfis alimentares. O grupo com alimentação menos saudável é composto, majoritariamente, por mulheres com menos de 35 anos, com nove a 11 anos de escolaridade, que autodeclararam cor da pele preta ou parda e sem presença de companheiro. Por outro lado, a maior adesão Regra de Ouro do Guia foi verificada em mulheres acima de 50 anos, com nível superior de escolaridade e com companheiro.
Taciana Maia de Sousa, professora da UERJ e uma das autoras do trabalho, ressalta a importância de pesquisas que olhem para a alimentação das mulheres. “Apesar de as mulheres serem frequentemente associadas a comportamentos mais saudáveis, as disparidades socioeconômicas de gênero impactam negativamente a sua capacidade de acessar alimentos mais saudáveis devido aos menores níveis de renda dessa população”, complementa. Sousa acrescenta que essa desigualdade agrava o risco de insegurança alimentar em famílias chefiadas por mulheres –que, hoje, representam mais da metade dos lares brasileiros.
Entre 2017 e 2021, o Brasil presenciou aumento na prevalência combinada de obesidade, diabetes e hipertensão entre mulheres, de 5,5% para 9,6%. “A redução do consumo de refeições tradicionais, incluindo o feijão, está diretamente ligada ao menor consumo de refeições em casa e ao aumento na ingestão de ultraprocessados e de refeições prontas”, exemplifica a autora. Segundo Sousa, a tendência está relacionada a mudanças no estilo de vida, como o aumento da carga de trabalho. Ela também cita a crise econômica enfrentada pelo país na última década, bem como a crise climática, que, combinadas, refletem no aumento do preço dos alimentos saudáveis, reduzindo o acesso a esses itens.
A fim de minimizar a presença de doenças crônicas em mulheres brasileiras, a professora defende ações que incentivem a adesão a uma alimentação mais saudável. “Políticas fiscais que reduzam impostos sobre alimentos in natura e minimamente processados, ao mesmo tempo em que aumentem a tributação sobre ultraprocessados e promovam a segurança alimentar são essenciais”, sugere. Sousa também destaca a importância de medidas mais amplas. “É necessário investir na infraestrutura urbana e nas condições de transporte, por exemplo, pois o longo tempo de deslocamento nas cidades reduz o tempo disponível para planejar e preparar refeições, favorecendo o consumo de ultraprocessados”, conclui.
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