Segundo pesquisa da UCS, homens agricultores têm o maior risco; tempo de exposição e uso inadequado de equipamentos de proteção agravam danos à saúde
Um estudo da Universidade de Caxias do Sul (UCS), publicado na revista “Saúde em Debate” na quinta (27), revela que agricultores expostos a agrotóxicos apresentam um risco maior de desenvolver câncer. Esse risco é ainda mais acentuado entre trabalhadores do sexo masculino, que costumam ter contato direto e frequente com os produtos, muitas vezes sem o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e luvas.
A revisão analisou 29 estudos publicados entre 2012 e 2021 e, de acordo com os resultados apresentados por vários pesquisadores ao redor do mundo, identificou que a exposição prolongada a agrotóxicos pode causar danos celulares que contribuem para o desenvolvimento de qualquer tipo de câncer. No entanto, os cânceres de pulmão, mama, próstata e cânceres hematológicos (leucemias e linfomas) são mais incidentes. Casos de câncer de pele também apareceram nos estudos, mas não foram considerados conclusivos devido à forte relação da doença com a exposição solar, um fator de risco conhecido na profissão.
“Os fatores comuns são a forma como os agricultores estão expostos, se usam os EPIs ou não e como usam. E o tempo de exposição. Muitos iniciam cedo no trabalho agrícola e têm contato com essas substâncias desde jovens”, explica Fernanda Meire Cioato, enfermeira e autora principal do artigo. A autora também chama atenção para a exposição indireta, especialmente entre mulheres que manuseiam equipamentos contaminados ou armazenam os produtos. “São exposições diferentes. O homem é aquele que prepara a calda e aplica, que lida diretamente com a colheita, e a mulher faz todo o trabalho de organização”, ressalta Cioato.
Outro ponto destacado pelo estudo é que a toxicidade dos agrotóxicos não está necessariamente relacionada ao tipo de cultivo ou produto utilizado. Em muitos casos, os agricultores utilizam uma combinação de substâncias, aumentando a complexidade da exposição e dificultando a identificação precisa dos agentes mais nocivos. O uso inadequado de EPIs agrava esse cenário, já que muitos trabalhadores substituem as vestimentas de proteção por alternativas informais, como bonés e calças jeans, devido ao desconforto térmico das roupas especializadas. “Os equipamentos de proteção são desconfortáveis para quem trabalha o dia inteiro sob o sol. É fundamental a modernização de EPIs, com produção de equipamentos mais ergonômicos e eficientes para utilização no trabalho agrícola”, destaca Cioato.
Diante desses achados, os pesquisadores defendem a implementação de políticas públicas que garantam o controle e a segurança no uso de agrotóxicos. Além disso, enfatizam a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde para diagnosticar e tratar precocemente os trabalhadores rurais expostos. “Os profissionais devem estar aptos a identificar, analisar e implementar medidas que minimizem riscos, além de monitorar e acompanhar a saúde desses trabalhadores”, afirma João Ignácio Pires, professor da UCS e coautor do estudo.
A pesquisa também ressalta a necessidade de adaptar a comunicação sobre os riscos dos agrotóxicos ao público que os utiliza. Com muitos agricultores de baixa escolaridade, a complexidade das bulas e rótulos dificulta a compreensão das instruções de segurança. “Os rótulos precisam ser mais acessíveis, com símbolos e informações simplificadas, para garantir que todos compreendam os riscos e saibam como se proteger”, conclui Cioato. Essas medidas, segundo os pesquisadores, são essenciais para reduzir os impactos negativos dos agrotóxicos na saúde da população rural.
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