Saúde

Metodologia inédita no país permite diagnosticar câncer de pâncreas em até 72 horas

Conheça mitos e verdades sobre a doença


Da Redação | 19/12/2024 | 00:00


Taxa de sobrevida chega a 49,1% em pacientes diagnosticados no estágio 1 do câncer pancreático | Foto: Pixabay

As campanhas de Novembro Roxo estão ganhando cada vez mais força mundialmente, uma vez que possuem o foco de conscientizar a população a respeito do câncer de pâncreas, considerado um dos mais agressivos, silenciosos e com taxas de mortalidade elevadas, principalmente quando diagnosticado tardiamente.

Por não apresentar sintomas nos primeiros estágios, o diagnóstico precoce segue sendo um grande desafio não apenas no Brasil. Outro gargalo nesta fase inicial do diagnóstico especializado é a agilidade e o encaminhamento correto para as próximas etapas da jornada do paciente.

Devido ao crescimento na incidência na população brasileira, a doença tem despertado maior atenção nas últimas décadas. No A.C.Camargo Cancer Center, desde os anos 2000 houve um aumento de mais de 450% no número de casos desse tipo de câncer tratados.

Diante deste cenário e a fim de melhorar as taxas de sobrevida, o Cancer Center desenvolveu uma metodologia inovadora e inédita no Brasil, oferecendo aos pacientes com suspeita recente de nódulos e cistos pancreáticos um atendimento que prevê diagnóstico e planejamento do tratamento em até 72 horas.

Além de ter um agendamento ágil de primeira consulta, o programa conta com a orientação para a terapêutica personalizada. O paciente consegue agendar todos os exames necessários para o diagnóstico em tempo recorde: o intervalo médio entre a entrada e o início do tratamento do paciente traz uma economia de tempo primordial em doenças como o câncer de pâncreas, no qual a agilidade e precisão do diagnóstico da doença pode fazer toda a diferença.

Levantamentos do Observatório do Câncer do A.C.Camargo, que reúne dados minuciosos dos pacientes tratados no A.C.Camargo Cancer Center, de 2000 a 2017, trazem como reflexo da implementação de metodologias inovadoras como o Programa de Diagnóstico Rápidos, taxas de sobrevida que chegam a 49,1% em pacientes diagnosticados no estágio 1 do câncer pancreático; 24,1% quando diagnosticados no estágio 2; 5,2% no estágio 3 e 2,8% no estágio 4.

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) aponta que esse tipo de tumor maligno tem uma das menores taxas de sobrevivência entre as neoplasias malignas. Ele ocupa a 14ª posição entre os mais frequentes na população brasileira; a estimativa do Ministério da Saúde é de aproximadamente 11 mil casos diagnosticados por ano entre 2023 e 2025.

Principais Sintomas

O pâncreas é uma glândula que faz parte tanto do sistema digestivo quanto do sistema endócrino. O órgão está localizado atrás do estômago e próximo ao duodeno. Na parte digestiva ele tem a função de produzir enzimas pancreáticas que são liberadas no intestino delgado para auxiliar na digestão dos alimentos. Já na parte e endócrina ele auxilia produzindo hormônios que são liberados na corrente sanguínea para regular o metabolismo do corpo.

Os sintomas comuns são urina escura, fezes de cor clara, perda de apetite e perda de peso inexplicável, dor ou desconforto na parte superior do abdômen, náusea ou vômito, diarréia, fadiga e fraqueza e aparecimento repentino de diabetes.

Muitos desses sintomas podem ser confundidos com os de outras patologias e, por isso, nem sempre investigadas a fundo, assim, o diagnóstico tende a ser tardio, o que colabora para o agravamento do caso antes de qualquer intervenção.

Confira abaixo cinco mitos e verdades sobre câncer de pâncreas:

1. O câncer de pâncreas tem uma forte conexão com o diabetes
Essa afirmação é verdade. Mas, embora haja uma associação, especialmente quando o diabetes é diagnosticado tardiamente, nem todo paciente com diabetes desenvolverá câncer pancreático. Em alguns casos, o câncer de pâncreas pode provocar diabetes ou alterações nos níveis de glicose.

2. Não existem vacinas autorizadas para o tratamento do câncer de pâncreas
Isso é verdade. Até o momento, não há vacinas curativas liberadas para o câncer de pâncreas. No entanto, existem pesquisas em andamento para o desenvolvimento de vacinas terapêuticas que estimulem o sistema imunológico a combater o tumor.

3. Todo tumor no pâncreas é maligno
Este é um medo muito comum, mas é mito. Existem diferentes tipos de tumores pancreáticos, alguns benignos e outros malignos. Determinar a natureza do tumor é crucial para planejar o tratamento. Por isso, é importante que todo nódulo ou lesão identificada seja devidamente avaliada.

4. Todos os casos de câncer de pâncreas são incuráveis
Outro grande mito. Quando diagnosticado em estágios iniciais e se for possível realizar a cirurgia, o câncer de pâncreas pode ser tratado com a intenção curativa. As taxas de sobrevida dependem de diversos fatores, como o tipo e estágio do tumor, além das opções terapêuticas disponíveis. 

5. Não há como fazer rastreamento para o câncer de pâncreas
Neste quesito, depende. Atualmente, não existem programas de rastreamento em massa, como existem para outros cânceres. No entanto, indivíduos com histórico familiar, cistos pancreáticos ou síndromes genéticas associadas podem ser monitorados de perto e com mais periodicidade.


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