Alcatra e café tiveram maiores altas em Ribeirão, segundo instituto de economia da Associação Comercial
A cesta de alimentos em Ribeirão Preto atingiu o valor de R$ 672,65 em setembro, que termina nesta segunda-feira (30), registrando um aumento de 8,06% em relação ao mês anterior.
O levantamento, do Instituto de Economia Maurílio Biagi, da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), aponta que o aumento foi impulsionado, principalmente, pelas queimadas e pela estiagem prolongada, que vêm afetando a produção de alimentos e elevando os custos de vários produtos essenciais.
"A escassez de chuvas, característica do outono e do inverno na região, impactou diretamente nas colheitas, encarecendo o preço dos alimentos. Além disso, as queimadas agravaram a situação, prejudicando a qualidade do solo e reduzindo a produtividade agrícola", disse Livia Piola, analista do instituto.
A pesquisa foi realizada em dez supermercados/hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre todas as regiões de Ribeirão. Entre os itens mais impactados, a alcatra sofreu uma variação de 12%, impulsionada pelo aumento no custo da alimentação do gado, que foi afetado pela falta de pasto e a necessidade de maior quantidade de ração.
"A expectativa é de que o preço da carne continue subindo nos próximos meses devido à estiagem prolongada e à alta nos custos dos insumos para ração, como cana-de-açúcar e soja, que também foram afetados pelas condições climáticas adversas", afirmou.
Outro destaque foi o café, que apresentou aumento de 19,64%. O clima seco desde abril tem afetado a produção do grão, que já vinha sofrendo desde 2023 com as altas temperaturas e os baixos níveis de umidade.
Para um trabalhador com salário líquido de R$ 1.305,82, já deduzidos os encargos da Previdência Social, o gasto com alimentos em setembro comprometeria 51,51% de sua renda, um aumento de 3,84 pontos percentuais em comparação ao mês anterior. Seria preciso trabalhar cerca de 113,33 horas ou 8,45 horas a mais do que em agosto, para adquirir a cesta de consumo alimentar.
As carnes representam a maior parte na composição do orçamento alimentar, correspondendo a 37,71% do total, seguidas por frutas e legumes (27,38%), farináceos (20,67%) e laticínios (7,15%). O restante é composto por leguminosas, cereais e óleos.
Segundo o levantamento, a previsão para os próximos meses é de que os preços dos alimentos continuem subindo, especialmente com a chegada do fenômeno climático La Niña, cujos efeitos devem intensificar a seca no centro-sul do Brasil.
A cesta considerada pela Acirp inclui carne bovina (6 kg de alcatra), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 kg), arroz branco tipo 1 (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata inglesa (6 kg), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).
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