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Morre Paulo Costa, intérprete de antigos carnavais

O cantor morreu no hospital Beneficência Portuguesa, em Ribeirão Preto, nesta quinta-feira


Melissa Toledo - Editora de Conteúdo | 25/05/2018 | 12:38


Paulo Ferreira Costa (1935-2018) | Foto: Arquivo da família

Pai de 14 filhos, avô de 21 netos, bisavô de três, intérprete de incontáveis canções, compositor de outras tantas. Aos 83 anos, Paulo Ferreira Costa morreu no fim da tarde desta quinta-feira (24) em Ribeirão Preto, onde morou a maior parte da vida.

Mineiro de Uberlândia, radicou-se na cidade e teve carreira artística de destaque na região. Em Batatais, brilhou nos carnavais da década de 80 e, mais do que fãs de seu jeito grave de cantar, deixou por aqui parte de sua família, incluindo Paulo César Costa, cantor e fundador do grupo de samba Raiz Samba 6.

É ele quem conta parte da trajetória de vida do pai, marcada pela generosidade e pelo talento musical.

“Papai saiu de Uberlândia no final da década de 70 junto com o amigo de infância Moacyr Franco [81]. Pararam em Ribeirão Preto, onde trabalharam por um tempo com reforma de móveis, mesma profissão que exerciam em Minas. Moacyr seguiu para São Paulo e meu pai ficou em Ribeirão, já por conta de ter conhecido a minha mãe, com quem fez seu terceiro casamento”, disse.

O amigo Moacyr viu seu sucesso explodir em São Paulo, mas foi em Ribeirão que Costa quis construir sua carreira, sua vida e cultivar suas paixões pela música e pela família.

Depois de exercer seu talento como crooner em grandes orquestras regionais, o cantor decidiu formar seu próprio grupo e criou a banda “Paulinho e suas Mulatas Nota 10”. “Durante quase 30 anos eles tocaram em bailes no Brasil inteiro e chegaram a se apresentar em outros países da América do Sul, como Paraguai, Uruguai e Argentina”, disse Paulo César.

Além de parte da família de sua mulher, Gessi dos Santos, 69, morar em Batatais, a relação mais próxima de Costa com a cidade começou, conta o filho, quando ele atuava ao lado do radialista Corauci Neto como apresentador de palco em eventos como a Festa do Leite.

Mais tarde, no início dos anos 80, foi jurado do quesito bateria no Carnaval de Batatais. Impressionados com seu conhecimento técnico e artístico, diretores da recém-fundada Acadêmicos do Samba o convidaram para interpretar o samba da agremiação na avenida. Ele não só interpretou de maneira marcante, como ajudou a escola a conquistar seu primeiro título no Carnaval, com o enredo “Caymmi, poeta do mar e do amor” (1982).

Interpretou também, em ano posterior, um dos sambas campeões da escola de samba Castelo. Ainda no Carnaval, Costa tem seu nome registrado entre os fundadores da Unidos do Chatão, escola de samba de Uberlândia fundada nos anos 80.

Algumas das últimas mostras de seu talento em Batatais foram feitas no programa Casa do Samba, atração da Difusora Batatais há 18 anos no ar.

A convite do radialista Osvaldo Batista de Toledo, o “Cumpadre Batista”, um de seus grandes amigos, ele participou de algumas edições externas especiais, onde não deixou de cantar trechos do antológico samba da Acadêmicos sobre Caymmi e explanar seus conhecimentos sobre samba e carnaval em palestras marcantes.

Chegou a se apresentar também no palco da Festa di San Gennaro, em participação especial no grupo Raiz Samba 6, liderado por seu filho, Paulo César.

Embora tenha forte ligação com Batatais, Paulo Costa morou por aqui apenas por dois anos, na década de 90.

Ribeirão Preto, mais precisamente o bairro Sumarezinho, é que era a sua “casa”. E foi também em Ribeirão Preto que ele morreu. Acometido há cerca de um ano por sintomas da doença de Alzheimer e problemas cardíacos, ele estava internado havia quase dois meses no hospital Beneficência Portuguesa, onde faleceu às 17h15 desta quinta.

Paulo Costa deixa a mulher, Gessi, os filhos Marise e Tânia (do primeiro casamento), Paulo César, William e Gabriel (do segundo) e Robson, Carla, Paulo César, Rodrigo, Renato, Suelen, Wellington, Edson e Airton; 21 netos, três bisnetos e incontáveis amigos e fãs espalhados por onde passou.

Seu corpo foi velado no Memorial Bom Pastor e enterrado no cemitério de mesmo nome, em Ribeirão Preto, às 14h de sexta-feira (25).

*Texto atualizado em 26/05


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