Opinião

Análise: Desespero do técnico no fim do jogo dá dimensão do mau preparo físico do Batatais FC

Treinador gritou com quarto árbitro quando ele levantaria placa de acréscimo de mais 1 minuto neste domingo


Marcelo Toledo*, colunista | 11/02/2019 | 05:00


Atletas de Batatais e Noroeste fazem um minuto de silêncio em homenagem às 10 mortes de jovens atletas do Flamengo, no Rio | Foto: B24h

 

“Mais um minuto? Está de brincadeira!” Assim reagiu, aos gritos, o treinador do Batatais, Rubio Guerra, quando o quarto árbitro levantou a placa de novo acréscimo no confronto deste domingo (10) entre Batatais e Noroeste, pela sexta rodada da Série A-3 do Paulista.

A cena beira à surrealidade se for levado em conta que o time jogava em seus domínios, precisava da vitória e o placar insistia em permanecer 0 a 0. A preocupação do técnico, porém, fazia sentido e era evidente desde meados do segundo tempo, quando o time estava pregado em campo, assim como tem ocorrido em todos os jogos da competição.

O árbitro Rodrigo Pires de Oliveira já havia dado cinco minutos de acréscimo, mas nesse período resolveu conceder mais um minuto à partida, o que gerou a reclamação do técnico e escancarou o que todos nas arquibancadas do estádio Dr. Oswaldo Scatena já viam.

Reflexo do início tardio da preparação do clube –um dos últimos a começar os treinos nas três principais divisões do Paulista–, o preparo físico talvez seja atualmente o principal problema do time em campo e pode ter contribuído para a perda de pontos importantes na competição.

Se você não tem ido aos jogos do Batatais neste ano –e são poucos os que têm ido–, cito um exemplo recente de triste lembrança para os torcedores do São Paulo. Depois de fazer um primeiro tempo que até pode ser classificado de bom contra o Talleres, na última quarta-feira (6), pela Libertadores, o time sumiu em campo na segunda etapa e permitiu que o rival fizesse 2 a 0 no placar.

Fenômeno semelhante ocorreu com o Batatais ao estrear em casa na Série A-3, contra o São Bernardo. Com um primeiro tempo convincente, o time abriu 1 a 0 no placar e... apagou no tempo final. Embora sem tanto repertório, o adversário conseguiu pressionar o Batatais e por pouco não chegou ao empate.

No segundo tempo do confronto deste domingo contra o Noroeste, em que pese o calor intenso, o time não mostrou forças para atacar no segundo tempo. Foi cena comum o goleiro China ou algum zagueiro rifarem a bola para a frente na esperança de alguém fazer algo. Mas onde havia um, ou no máximo dois, jogadores do Batatais, sempre havia quatro ou cinco do clube de Bauru.

SEM VARIAÇÕES

Repertório é outro problema no time. O treinador do Batatais não conseguiu nos jogos até aqui mudar a equipe em campo quando isso era necessário.

Mas... a culpa é dele? Ele tem jogadores com perfis variados que permitam alterar o rumo de uma partida? Teve tempo para conseguir implantar variações táticas que permitam alterar o rumo de uma partida?

Guerra chegou ao Batatais em 14 de janeiro, apenas cinco dias antes da estreia da equipe na competição. Não teve tempo para treinar. E terá pouco, já que os jogos se sucedem e, se a equipe não avançar à segunda fase da Série A-3, terá encerrada a sua participação no campeonato em 31 de março, ou seja, em menos de dois meses.

AS PARCERIAS

A situação ruim para o Batatais é reflexo também dos últimos anos de Série A-2, especialmente 2016, que até hoje geram dívidas ao clube. Naquele ano, um time caro foi montado –chegou à semifinal– e seria bancado por um parceiro, que foi embora antes mesmo de o campeonato começar.

A equipe acumulou dívidas, ainda não pagas totalmente. Montou um time bem mais modesto em 2017 e quase obteve vaga à fase final. Em 2018, novamente com parceiro, teve pífio desempenho e foi rebaixado para jogar a terceira divisão no ano do seu centenário.

Todos os argumentos para explicar a fraca campanha de 2019 são plausíveis. Todos. Especialmente o da falta de dinheiro. Mas não resolvem o problema da equipe em campo.

De alento, a defesa parece estar mais bem postada nos dois últimos jogos. Falta lembrar que só vence um jogo quem chuta para o gol adversário.

 

(*) Marcelo Toledo é jornalista da Folha de S.Paulo.


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