Dantielli também observa que as mulheres enfrentam batalhas diárias, tanto no ambiente doméstico como profissional, e são exploradas em ambos. A Barbie, como símbolo da diversidade, com diferentes profissões e aparências, diz Dantielli, “ajuda a destacar as lutas femininas e a abrir novos nichos de mercado para a própria boneca”.
Quanto à influência da Barbie na visão que a sociedade tem sobre o papel das mulheres, Dantielli comenta que, apesar das mudanças positivas, a boneca pode não ter sido capaz de erradicar alguns problemas. “À medida que as mulheres foram conquistando mais espaço, principalmente no mercado de trabalho, surgiram outros desafios e a violência de gênero é um deles.”
Dantielli finaliza lembrando que a Barbie pode inspirar mudanças, “mas não é capaz de redefinir totalmente o papel das mulheres na sociedade”.
História da Barbie
A criação da boneca Barbie foi inspirada na boneca Lilli, criada na Alemanha por Reinhard Beuthien em 1955. Lilli foi protagonista das tirinhas adultas do jornal alemão Bild e se tornou boneca pela empresa O&M Hausser. Durante uma viagem para a Europa, o casal norte-americano Ruth e Eliot Handler, dono da fabricante de brinquedos Mattel, adquiriu a boneca Lilli e, a partir dela, criou a Barbie em homenagem à filha Bárbara. A boneca foi lançada em 9 de março de 1959 na Feira Anual de Brinquedos em Nova York. Com sua aparência de adulta jovem, independente e um guarda roupa de sucesso, se tornou um fenômeno mundial, influenciando a forma como as mulheres se viam na década de 1960.
Importância na sociedade
A boneca Barbie desempenhou papel importante, ao permitir, já naquela época, que as mulheres se vissem de maneira diversa, além do estereótipo de dona de casa. Ela refletiu mudanças sociais, como a Lei nº 4.212, de 1962, que garantiu várias conquistas às mulheres brasileiras, como o direito das mulheres casadas trabalharem sem precisar de autorização dos maridos, receberem herança e pedirem a guarda dos filhos em casos de separação.
A Barbie continuou a evoluir para incluir representações diversas de mulheres, sejam elas negras, brancas ou com deficiência, acompanhando as lutas das mulheres pela contínua conquista por igualdade e direitos.
(*) Sob supervisão de Ferraz Junior e Rose Talamone