Saúde

Impacto da vacina será sentido a partir de abril, diz Dimas Covas, diretor do Butantan

Em entrevista coletiva, ele afirmou ainda que mesmo pessoas que já contraíram a Covid-19 terão de ser vacinadas


Da Redação | 09/01/2021 | 16:37


O médico Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, durante entrevista no Centro Universitário Claretiano neste sábado (9) | Foto: B24h

 

O impacto da vacinação da população contra a Covid-19 será sentido somente a partir de abril. Essa é a avaliação feita pelo médico batataense Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Em entrevista coletiva neste sábado (9) no Centro Universitário Claretiano, em Batatais, que foi acompanhada por profissionais de saúde e do governo municipal, Covas disse que o prazo se deve à necessidade de imunização do maior número possível de pessoas e que todos devem manter as medidas protetivas para combater o novo coronavírus.

Ainda conforme o médico, o enfrentamento da pandemia no município depende das ações tomadas pela prefeitura. “A saúde do município depende do prefeito. O Estado ajuda, o governo federal ajuda, mas depende do prefeito”, afirmou.

O prefeito de Batatais, Juninho Gaspar (PP), o vice, Ricardinho Mele (PP), e a secretária da Saúde, Bruna Toneti, estavam presentes ao ato, que também contou com homenagem a Covas pelo trabalho desenvolvido à frente da produção da vacina no Butantan.

De acordo com ele, boa parte das vacinas impedirá a gravidade das doenças. “E assim é essa vacina que vamos introduzir. A Coronavac vai impedir a gravidade da doença, mas não a contaminação”, disse.

Covas disse que mesmo as pessoas que já contraíram a Covid-19 precisarão se vacinar e que a campanha de imunização não fará distinção entre quem já teve ou não a doença. Questionado se gestantes e crianças seriam vacinados, ele afirmou que as duas categorias não foram abordadas nos estudos clínicos e que é preciso mais estudos.

Questionado pela editora do Batatais 24h, Melissa Toledo, sobre o impacto dos efeitos da vacinação, o diretor do Butantan afirmou que somente para os grupos prioritários de vacinação, que inclui idosos e profissionais de saúde, serão necessárias mais de 70 milhões de doses no país.

“Temos de expandir para as demais faixas para ver se a vacina tem eficácia, qual será o impacto da vacina na pandemia. Nesse momento nós não sabemos. Sabemos o impacto na doença. À medida que for vacinando vamos ver o que acontece com a pandemia, se vai diminuindo naturalmente, se o número de casos vai diminuindo, se vai existir imunidade de rebanho. Tudo isso está para ser determinado. Essa fase da vacinação, se começar em janeiro, vai começar a fazer efeitos a partir de abril. A partir de abril começa a ver, o volume em torno de 40 milhões de pessoas vacinadas. Aí progressivamente, conforme vai aumentando a vacinação, vai diminuindo a incidência de casos graves e óbitos. Como disse, não é efeito imediato. Abril, maio e junho vamos perceber o que vai acontecer, isso se a epidemia não explodir antes. Pode ocorrer de essa curva ser tão íngreme, grande número de pessoas morra e vai ter grande número de pessoas infectadas naturalmente.”

O diretor ainda disse que a epidemia da desinformação causou diversos males, e um deles foi duvidar da ciência. “Estamos vivendo momentos que tem uma outra epidemia, que é a da desinformação, a da ignorância togada.”

Na quinta-feira (7), o governo de São Paulo e o Instituto Butantan confirmaram que a vacina contra o coronavírus desenvolvida em parceria com a biofarmacêutica Sinovac atingiu índice de eficácia de 100% para casos graves e moderados.

Entre os imunizados ao longo dos testes clínicos e que contraíram o vírus, nenhum apresentou caso grave ou moderado da doença nem precisou de internação.

A taxa de eficácia foi de 78% para os infectados que apresentaram casos leves ou precisaram de atendimento ambulatorial. Isso significa que a cada cem voluntários que contraíram o vírus, somente 22 tiveram apenas sintomas leves, mas sem a necessidade de internação hospitalar.

O estudo clínico realizado no Brasil contou com a participação de 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de pesquisa.

Com os índices atingidos na pesquisa, o Butantan deu início à solicitação do registro emergencial da vacina junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que rapidamente seja iniciada a imunização dos brasileiros contra a Covid-19.

Covas destacou que a pesquisa realizada no Brasil foi a prova mais dura e complexa já realizada no mundo para uma vacina contra o coronavírus e o estudo mais detalhado já apresentado. Por serem profissionais da área da saúde, todos os 12,4 mil voluntários tiveram risco muito maior de infecção, pois estavam na linha de frente da assistência prestada a pacientes contaminados.

A parceria entre o Butantan e o laboratório da China é desenvolvida desde o dia 10 de junho.

Em novembro, a revista científica Lancet, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da Coronavac nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune em 97% dos casos no prazo de até 28 dias após a aplicação.

PRODUÇÃO

O Butantan concluiu a contratação de 124 profissionais para reforçar a produção da vacina contra o coronavírus. Os novos trabalhadores se juntam aos 245 que já trabalhavam no local, que ocupa uma área produtiva de 1.880 metros quadrados. Foram contratados 69 auxiliares de produção, 53 técnicos de produção e dois tecnologistas.

Do total de profissionais contratados, 37 começaram a trabalhar na quinta. Os demais iniciarão as atividades na próxima quinta-feira.


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